(...)
Se soubesses
(que nunca soubeste) como te amei. Ou não era amor, era paixão. Apaixonada por
ti, passava dias a pensar se vier, se não vier. E uma palavra tua: mais que um
sol inteiro.
(...)
Ao meu lado,
hoje, olhava a tua nuca. A minha mão à distância possível, mas à distância toda
da impossibilidade, do que não posso, não devo, não ouso. Mas quero.
(...)
Por que te
permiti que entrasses, porquê um telefonema, porquê continuar em folhas
(tantas) uma amizade que eu só queria amizade, mesmo querendo amor? Desejava
tanto só amizade. Ser capaz de te amar só assim. Sem este tremer de vela que eu
não sei apagar. Não sei. Não sou capaz. E nunca to direi, nunca a coragem de
uma confissão.
(...)
Queria
beijar-te. Como não deve ser, mas como deve ser. Sabes como me sinto quando
falas assim, em displicência e riso, de coisas tão de corpo?
(...)
Ana Luísa Amaral
(excertos de Coisas de rasgar, em “Ara”)
Gostei e muito :-))))
ResponderEliminaré belíssimo ;)
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