16 janeiro 2014









O que tudo é
em mim, ouvindo-se a si próprio,
o lado de fora de o lado de fora,
o rosto de o resto,

não é o teu rosto que
por um instante se olha
em mim, não sou um reflexo
fugaz no teu olhar?

O teu lugar move-se em mim:
um jardim há muito tempo,
as filhas crescendo
fora de mim.

E a tua solidão
pensa longamente
em mim, a
tua ausência de ti.











Manuel António Pina












[ lê-se muito melhor aqui ]

2 comentários:

cartografe aqui: