Forma de inocência
Hei-de morrer inocente
exactamente
como
nasci.
Sem
nunca ter descoberto
o
que há de falso ou de certo
no
que vi.
Entre
mim e a Evidência
paira
uma névoa cinzenta.
Uma
forma de inocência,
que
apoquenta.
Mais
que apoquenta:
enregela
como
um gume
vertical.
E
uma espécie de ciúme
de não
poder ver igual.
António Gedeão
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