falei aqui há tempos na banda do casaco e nos últimos dias tenho recuperado esta canção (que tanto tanto ouvi na adolescência) pela sua inegável actualidade. nesses longínquos anos setenta, a quantidade de pessoas que não sabia ler nem escrever era a que se sabia (e não se dizia).
quase quatro décadas depois, ao ler o que se escreve por aí, na blogolândia, no feissebuque, nos jornais e nos cadernos dos estudantes liceais de hoje, literatos incapazes de tecer um simples comentário escrito sobre um qualquer pequeno texto poético (por exemplo, um poema), resta-me esperar que a redução na taxa de analfabetismo oficial não tenha sido inversamente proporcional ao número de alfabetizados analfabetos funcionais entretanto gerado.
É triste não saber
ler,
É triste não saber
falar,
Não ver maneira de
ser
Nem ver jeitos de
acabar.
É triste um homem
viver
Sem ter cama que
fazer.
É triste ser-se
tão triste,
Tão sem ninguém a
quem amar
Nem ter asas de
avoar.
É triste o
entardecer,
Como é triste
amadrugar,
É triste um homem
morrer
Sem ter chegado a
nascer.
É triste ser-se
tão triste,
Tão sem ninguém a
quem amar
Nem ter asas de
avoar.
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