É por ti que
escrevo que não és musa nem deusa
mas a mulher do meu
horizonte
na imperfeição e na
incoincidência do dia-a-dia
Por ti desejo o
sossego oval
em que possas
identificar-te na limpidez de um centro
em que a felicidade
se revele como um jardim branco
onde reconheças a
dália da tua identidade azul
É porque amo a
cálida formosura do teu torso
a latitude pura da
tua fronte
o teu olhar de água
iluminada
o teu sorriso
solar
é porque sem ti não
conheceria o girassol do horizonte
nem a túmida
integridade do trigo
que eu procuro as
palavras fragrantes de um oásis
para a oferenda do
meu sangue inquieto
onde pressinto a
vermelha trajectória de um sol
que quer
resplandecer em largas planícies
sulcado
por um tranquilo rio sumptuoso
António Ramos Rosa
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