a que queres
que saiba a minha boca? a chiclete de melão
tenho uma faca no peito, rente à vértebra
perfuradora, que me dificulta a concentração. não é grave, o
delito, bem o sei e já mo atestaram os sabedores também,
peritos arqueológicos, classe médica distinta, de bloco branco na
mão. um golpe no peito facilita a respiração, e quiçá, por que não, um
pouco mais a sul, a tumultuosa digestão das asas de borboletas e
das bolas de sabão. e um pouco de sangue espilrante fica
sempre bem a quem sente o que não convém, já dizia a mãe de alguém. olha
como sangra a apaixonada, coitada, dirão, aplaudindo o vazamento, a
película rasgada, a pele macerada, e eu, salpicando com jeito, a
preceito, mas sob pouca concentração, as pedrinhas da calçada,
portuguesa, com certeza, irei exibir-me na grande praça do município.
procuro-te e não te vejo. a estátua lá continua, homem a cavalo, olhares a
jusante, tudo tão distante, turistas roliços, mostrando os dedos
gordos dos pés, pombos catando o chão. sinto-me um abajur com cúpula
de flor, estalada. tulipa molhada. sentada. olha como sangra, meu
amor, pensarei, olha como ainda sangra o meu coração.
nAnonima
[ lê-se muito
melhor aqui ]
as palavras tontas, no teu blogue, até parecem mais bonitas.
ResponderEliminarobrigada. muito.
beijo
here's looking at you, kid ;)
Eliminarhttp://youtu.be/Bv8MGYnP820