03 outubro 2013
nem as canções reunidas em "roupa anterior" me cansam
nem a voz de ana deus parece cansar-se delas e nelas
e os textos de regina guimarães têm essa propriedade:
são sempre curtos, mesmo quando a lengalenga é longa
Self made coisa e tal
fabricante de bandeira
kit-kat do capital
luna parque de fronteira.
Falocrata à paisana
pico pico saramico
sanduiche americana
quem te deu tamanho bico
CEE tem-te não caias
cala e come a tua mão
menino saia das saias
homem não se quer chorão.
Ai não queres adeus viola
quem pode não sai de cima,
da foda não reza a escola
muito perdoa quem rima.
Muita carne de terceira
com molho tudo se engole.
Pergunta à alternadeira
se a moral não anda mole.
Central talvez nuclear
guerra sempre preventiva
gasolina pró jantar
que a gente em nada se priva.
Era uma vez um país
à beira mar chamuscado
porque Deus assim o quis
de cinza e negro pintado.
Era uma vez uma terra
do lá vem um, lá vão dois
onde a carroça se enterra
terão de passar os bois.
Nem tanto ao mar
nem tanto à terra,
a gente ladra ao luar
mas à luz do sol não ferra.
Gira lá roda da sorte
gosto de ouvir-te chiar
pois do berço até à morte
me deixarei embalar.
Caluda bolinha baixa
o Salazar é que era!
o povo a toque de caixa
nesses tempos quem me dera.
Futebol de canapé
nossa senhora da bola
tenho medo e tenho fé
cerveja com muita gola.
Ó Senhora dos parolos,
que fazes numa azinheira
precisamos é de golos
e missa futeboleira.
Se é pobre é porque tem culpa
se é preto tira-lhe a tosse
se é puta que pague a multa
e se é puto antes não fosse.
Se é bicha jaula com ela
se é bicho atira a matar
se é jovem não lhe dês trela
se é cota não tem lugar.
Se é doente já não presta
se é carente compre um cão
se é urgente não tem pressa
se caiu deixa-o no chão.
Rebéubéu pardais ao ninho
Portugal engole sapos,
no sotão só macaquinhos
na cave gatos sapatos.
Nem tanto ao mar
nem tanto à terra
a gente ladra ao luar
mas à luz do sol não ferra.
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