22 outubro 2013









fábula  adiada







por vezes ocorre-me que falta uma palavra para não te dizer tudo
nunca escrevi a âncora que prende o desejo ao teu cais de pedra
e deixei de ler na tua pele aquelas frases nuas que tudo nos diziam


alguma vez sentiste que há um caminho entre as mãos e o coração
que o sangue e as lágrimas deixam sobre nós um perfume de flores
e que nem sempre estas letras se soltam das palavras como pétalas?


um dia beijo-te a meio de uma frase, mas ainda não é hoje esse dia
um dia deixo de escrever cartas de marear sobre este mar só nosso
e depois vou fechar-me nos teus olhos, abertos e fechados em mim









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cartografe aqui: