fábula adiada
por vezes ocorre-me que falta uma
palavra para não te dizer tudo
nunca escrevi a âncora que prende
o desejo ao teu cais de pedra
e deixei de ler na tua pele
aquelas frases nuas que tudo nos diziam
alguma vez sentiste que há um caminho
entre as mãos e o coração
que o sangue e as lágrimas deixam
sobre nós um perfume de flores
e que nem sempre estas letras se
soltam das palavras como pétalas?
um dia beijo-te a meio de uma
frase, mas ainda não é hoje esse dia
um dia deixo de escrever cartas de
marear sobre este mar só nosso
e depois vou fechar-me nos teus
olhos, abertos e fechados em mim
Tão bonito. Mesmo.
ResponderEliminarLuísa