Então olhei pro mar e disse:
tua umidade
não me impressiona
as
cavidades do meu corpo
contigo
dividem
a salina
memória do futuro.
A começar
pelo coração
granito da
tua sístole-diástole
o recorte
verde onde acaba a praia
e recomeça
o teu dia a dia.
Sou incapaz
de assustar o caminho de alguém
mas tão
facilmente
vou ferir a
fera que vive em ti.
Posso fazê-lo
em sonoridade.
Mergulhar
dentro do
meu tórax
vivem canivetes
que te assaltam
quando
respiro
o amor que
não me dás.
Júlia de Carvalho Hansen
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