Eu amo agora
eu amo a linguagem eu amo
a boca materna
mas o que eu mais amo
é o caos a nudez
o corpo original o
animal que devora
o outro animal
que se deixa comer
pelo seu desigual
Amo a língua
porque só ela
a língua de carne
a carne incendiada
pode inventar
o canto e a voz
da fonte muda
Casimiro de Brito
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