22 julho 2013











penso na morte
mas sei que continuarei vivo no epicentro das flores
no abdómen ensanguentado doutros-corpos-meus
na concha húmida de tua boca em cima dos números mágicos 
anunciando o ciclo das águas e o estado do tempo

a memória dos dias resiste no olhar dum retrato
continuo só
e sinto o peso do sorriso que não me cabe no rosto 
improviso um voo de alma sem rumo mas nada me consola 

é imprevista a meteorologia das paixões
pássaros minerais afastam-se suspensos 
vislumbro um corpo de chuva cintilando na areia

até que tudo se perde na sombra da noite... além 
junto à salgada pele de longínquos ventos












Al Berto












1 comentário:

cartografe aqui: