21 julho 2013









Penélope





Mais do que um sonho: comoção! 
sinto-me tonto, enternecido, 
quando, de noite, as minhas mãos 
são o teu único vestido.

E recompões com essa veste, 
que eu, sem saber, tinha tecido, 
todo o pudor que desfizeste 
como uma teia sem sentido; 
todo o pudor que desfizeste 
a meu pedido.

Mas nesse manto que desfias, 
e que depois voltas a pôr, 
eu reconheço os melhores dias 
do nosso amor.










David Mourão-Ferreira











Sem comentários:

Enviar um comentário

cartografe aqui: