Génese
Todo o poema começa de manhã, com o sol. Mesmo
que o poema
não esteja à vista (isto é, céu de chuva)
o poema é o
que explica tudo, o que dá luz
à terra, ao
céu, e com nuvens à mistura - a luz incomoda
quando é
excessiva. Depois, o poema sobe
com as
névoas que o dia arrasta; mete-se pelas copas das
árvores,
canta com os pássaros e corre com os ribeiros
que vêm não
se sabe de onde e vão para onde
não se
sabe. O poema conta como tudo é feito:
menos ele
próprio, que começa por um acaso cinzento,
como esta
manhã, e acaba, também por acaso,
com o sol a querer romper.
Nuno Júdice
é sempre tão bonito!
ResponderEliminarvou levá-lo debaixo do braço para poder
reler :-)
pode levar à vontade. ao contrário do almoço, um poema é sempre de graça ;)
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