A minha língua já não
brilha
na tua boca. Afastas-te
nas fendas
do silêncio, refugio-me
no mosto de palavras
cansadas. Fomos
surpreendidos por pequenos nadas
que nos esmagaram - os
dorsos que foram felizes
deitam-se na sombra. Os
joelhos secaram.
Os ossos desfazem-se em
pó, ah como doem
as pequenas
transformações, a origem do vento
que nos separa. A boca
morre-me de sede.
Escondes os seios, que
foram floridos,
na dobra do lençol.
Também eu tenho os olhos abertos
na cama desta noite que
nunca mais acaba.
Fechas a porta, apagas a
luz e pedes-me
que adormeça a teu lado.
Casimiro de
Brito
gosto muito!
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