Diz-me o teu nome - agora, que perdi
quase tudo, um nome pode ser o princípio
de alguma coisa.
Escreve-o na minha mão
com os teus dedos -
como as poeiras se
escrevem,
irrequietas, nos caminhos e os
lobos mancham o
lençol da neve com os
sinais da sua fome.
Sopra-mo no ouvido,
como a levares as
palavras de um livro para
dentro de outro -
assim conquista o vento
o tímpano das
grutas e entra o bafo do verão
na casa fria. E,
antes de partires, pousa-o
nos meus lábios
devagar: é um poema
açucarado que se
derrete na boca e arde
como a primeira
menta da infância.
Ninguém esquece um
corpo que teve
nos braços um
segundo - um nome sim.
Maria
do Rosário Pedreira
[pedido emprestado onde estava bem guardado]
lindo poema e bem açucarado :-)
ResponderEliminar