(devia ser assim a poesia em dois mil e treze - e nos anos seguintes...)
Construo
a poesia como uma casa
Sem
pressa e apenas com a pedra
Alheia.
Duramente a construo.
Os
meus versos ominados e compactos
Ligo-os
com barro cor de sangue,
Amasso-os
na água, mais pura do que as lágrimas.
Se
comovo, é comoção não minha.
Se os
meus versos são inúteis,
É
inútil todo o trabalho.
Cristovam
Pavia
e assim
ResponderEliminar...
Era na infância o sol caía enquanto água corria
entre os pés de feijão e os buracos de toupeiras
calcados prontamente pelas botas
soprava o vento e vinha a moinha da eira
o cão comia o bolo e morria debaixo da figueira
e teria sepultura com enterro e cruz e muitas flores
Havia casamentos o meu pai falava
e os noivos deitavam-nos confeitos das carroças
E os registos mistério tempo da prenhez
Era talvez no outono havia asma
havia a festa da azeitona havia os fritos
ao domingo havia os bêbados estendidos pelas ruas
havia tanta coisa no outono havia o cristovam pavia
...
(VAT 69, Ruy Belo)
uau maria... e deviam ser assim as (cor)relações ;)
ResponderEliminarpois deviam... escrever como água a correr... e ser sempre belo, Belo... jl, já ouviste o Sintra a dizer este poema? se conseguir envio-te pelo witransfer.
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