09 outubro 2012










O mar é longe, mas somos nós o vento; 
e a lembrança que tira, até ser ele, 
é doutro e mesmo, é ar da tua boca 
onde o silêncio pasce e a noite aceita. 
Donde estás, que névoa me perturba 
mais que não ver os olhos da manhã 
com que tu mesma a vês e te convém? 
Cabelos, dedos, sal e a longa pele, 
onde se escondem a tua vida os dá; 
e é com mãos solenes, fugitivas, 
que te recolho viva e me concedo 
a hora em que as ondas se confundem 
e nada é necessário ao pé do mar. 







 


Pedro Tamen











Sem comentários:

Enviar um comentário

cartografe aqui: