Pulsação
Perene
é ser soneto: eis do futuro,
essa
canção com oitocentos anos:
sábios,
mil sons ecoam bons sopranos,
no
timbre d’árias tensas de ouro puro.
Catorze
versos a fundir degraus
(ligas
de cobre e prata e elixir)
refeitos
pra durar até que expire
seu
último cantor, à flor do caos.
Perene
é ser soneto, que reside
na
cópia à rasa essencial do verbo:
tal
como a roda, o cubo e o triângulo,
vem
inscrito no código soberbo
de
quem tece um casulo e sente livre
o
sôpro do seu sangue num coágulo.
António
Barahona
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