24 setembro 2012









Por uma luz real 








A rapariga debaixo da luz verde
da árvore
parecia usar a máscara disforme
dos pesadelos.


Era uma imagem nítida,
quase branca.


Fumava.
Olhava-me para dentro do medo
sem rosto
debruçada, lenta, circular.


Era noite.
Eu estava na rua à tua espera.
Na rua não, no carro.
Eu estava no carro de vidros abertos
de olhos abertos
debruçada.


Mas felizmente tu chegaste
com a tua luz real (tão real)
para me interromper o pesadelo.









Filipa Leal








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