23 maio 2012





porque existe este ritmo de luzes
no barco que atravessa as margens do poema
as palavras procuram lugares secretos
para nomear o mundo destruído
pela falta de sentido no sentido
o poema é um barco no rio
para lugar algum
relembras por entre barcos os ritmos
e a primeira viagem de regresso para o
território neutro da cidade insensível
ao poema como geografia lunar


é tempo no poema de voltar.







António Carlos Cortez








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