05 março 2012






Poderia ter escrito a tremer de respirares tão longe
Ter escrito com o sangue.
Também poderia ter escrito as visões
Se os olhos divididos em partes não sobrassem
No vazio de ceguez
E luz.
Poderia ter escrito o que sei
Do futuro e de ti
E de ter visto no deserto
O silêncio, o fogo e o dilúvio.
De dormir cheio de sede e poderia
Escrever
O interior do repouso
E ser faúlha onde a morte vive
E a vida rompe.
E poderia ter escrito o meu nome no teu nome
Porque me alimento da tua boca
E na palavra me sustento em ti.





Daniel Faria





3 comentários:

  1. "[...]E poderia ter escrito o meu nome no teu nome
    Porque me alimento da tua boca
    E na palavra me sustento em ti."

    Bastavam estas linhas e o poema já estaria inteiro.

    Gosto muito!

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  2. olha o meu livro de cabeceira. :)

    (esta verificação de palavras dá-me nos nervos! grr! :p)

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  3. apple: também eu
    vanessa: também meu
    ;)

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