30 janeiro 2012






ainda me lembro de ouvir isto quando pairava no ar o vago receio de ser construída essa central nuclear junto ao rio douro, do outro lado da fronteira - e na altura teve o impacto de um manifesto.
depois foi-se tornando uma das minhas canções preferidas.
e ouvido agora, tantos anos depois, ainda é um grande grande azul cantado em português.






subo e desço este rio
de miranda ao araínho
sob a torreira e o frio
faço a escarpa brotar vinho

sonhei que era o mississipi
e que memphis era no pinhão
vindimando ao som de adufe
bandolim e acordeão

rio abaixo rio acima
a dar aos remos no rabelo
rio abaixo rio acima
sayago paira por cima
o sonho vira pesadelo

vinha eu no meu caíco
a ouvir das águas do douro
velhas lendas de fronteira
entre o cristão e o mouro

quando vi um pescador
a olhar o rio inconsolável
que é da enguia e do robalo
da tainha e do sável

rio abaixo rio acima
a dar aos remos no rabelo
rio abaixo rio acima
sayago paira por cima
o sonho vira pesadelo





Sem comentários:

Enviar um comentário

cartografe aqui: