jardins perfumados para cegos
janet frame
ed. antígona
uma das novelas mais perturbadoras que li nos últimos tempos. retrato de uma família disfuncional (digamos assim, pois não há adjectivo que a consiga descrever) em que os pensamentos do pai, da mãe e da filha se vão entrecruzando até um final inesperado. lembrei-me muitas vezes de leonora carrington... e quem ler este livro saberá porquê.
flesh
david szalay
ed. jonathan cape
esta novela, ao mesmo tempo brilhante e sombria, é o retrato da vida árida e sem chama de um homem desde a adolescência. ele nunca parece ser um actor activo, as coisas simplesmente acontecem-lhe. mas a sua personalidade moldável permite-lhe progredir, sem no entanto nunca se importar muito nem experimentar grande alegria. e, no fim, é igualmente o relato de uma ascensão e queda e um mural onde estão pintados muitos detalhes da condição humana. ganhou há dias o booker prize - e provavelmente bem.
the book makers
adam smyth
ed. bodley head
outro must absoluto para qualquer bibliófilo: com base na vida e obra de apenas 18 nomes pioneiros (muitos deles desconhecidos e injustamente ignorados) faz-se uma bela história do livro. e todos têm aqui lugar e mérito, pois personificam fabricantes de papel, impressores, encadernadores, gravadores, ilustradores, editores, livreiros, distribuidores, etc - sem os quais o livro enquanto objecto imprescindível jamais teria tido existência real.
blood meridian
cormac mccarthy
ed. picador
a combater o mais possível o espírito natalício, um período de releituras dedicadas ao ódio e à violência...







