a shining
jon fosse
ed. fitzcarraldo
um homem, que conduz sem destino, entra numa estrada florestal e vê seu o carro ficar preso. entretanto anoitece, começa a nevar e o homem põe-se a caminho, na tentativa de encontrar alguém, até que sente uma presença brilhante e luminosa... será provavelmente a mais beckettiana das novelas curtas de fosse - e um belo texto sobre a morte e a memória.
in the shadow of vesuvius
daisy dunn
ed. harper collins
começa com o fim trágico de plínio, o velho, morto enquanto tentava socorrer amigos encurralados pela erupção do vesúvio. depois seguimos o percurso do seu sobrinho, plínio, o jovem. muito mais do que uma biografia, por aqui se desenrola a história do império romano no final do primeiro século e um retrato vivo dos seus usos e costumes. muito interessante e bem (d)escrito.
the radetzky march
joseph roth
ed. granta
andei desde a juventude a pensar em ler este livro, mas fui sempre protelando... ou seja, cheguei tarde a esta obra-prima - é a verdade nua e crua. no ocaso do império austro-húngaro, a história de três gerações da família trotta funciona como um retrato desse mundo condenado mas esplendoroso. há sempre algo especial num texto em que tudo ocorre envolto num fulgor decadente (lembrei-me dos buddenbrook, do homem sem qualidades, do à la recherche...). e sim, este livro pode estar junto a esses numa estante.
deep in a dream : chet baker biography
james gavin
ed. vintage
poderia ser também a crónica de uma morte anunciada, mas é no fundo a ascensão e queda de um rapaz de oklahoma, desde os sóbrios anos cinquenta, em que a sua abordagem ao trompete lhe valeu o título de “príncipe do cool”, até à sua violenta e misteriosa morte em amsterdão no final dos anos oitenta. pelo meio ficam os mistérios, as performances, os discos, as mulheres e, claro os seus verdadeiros e únicos dois amores: o jazz e a droga.
contos, parábolas, fragmentos
franz kafk
ed. relógio d’água
contos: já os tinha lido quase todos. parábolas & fragmentos: publicados muito postumamente, uma surpresa.