30 setembro 2023

 





leituras  de  setembro





 


 


 


 


 


 





:: notas ::

  

nicholas nickleby

charles dickens

ed. e-primatur

 

juntamente com “a loja de antiguidades”, mais um passo no anunciado regresso a dickens...

 

 

babel

r. f. kuang

ed. harper voyager

 

a história tem piada. inventa-se, numa oxford já velha em 1836, uma estranha torre onde funciona um ainda mais estranho instituto de tradução. ali, as palavras e a sua verdadeira essência assumem um poder que sustenta um império. e o célebre aforismo do ‘traduttore, traditore’ revela-se bem mais real do que poderia parecer. vai dar um filme, aposto.

 

 

as tábuas da lei

w. b. yeats

ed. e-primatur

 

porque nem sempre o espinho abandona a rosa / quando um poeta decide escrever em prosa...

 

 

a voz do dono

stalislaw lem

ed. antígona

 

provavelmente a novela mais densa e filosófica de lem. num relato póstumo ficamos a saber que, a partir de uma emissão de neutrinos proveniente de uma estrela na constelação cão menor, chega até nós um sinal que é repetido periódica e infalivelmente. será uma mensagem? e a quem se destina, a nós humanos ou a alguém que a detecte no universo? e o que significa, quem conseguirá decifrá-la?

 

 

fim de boca

jorge fazenda lourenço

ed. companhia das ilhas

 

uma pequena grande colectânea, contendo inéditos.

 

 

contos argentinos

vv. aa.

ed. presença

 

mais uma bela colecção de histórias, quase sempre fantásticas, seleccionadas pelo meu primo argentino para a sua “biblioteca de babel”.

 

 

the trouble with poetry

billy collins

ed. 

 

uma das grandes virtudes da escrita de collins reside na característica surpresa inerente aos seus poemas. o que aparentemente poderia neles ser banal, dado o seu tom coloquial, resulta por fim em algo inesperado, cómico ou sério, leve ou denso - afinal o que a poesia deveria ser sempre em nós.

 

  





01 setembro 2023






leituras  de  agosto




 


 


 


 


 


 




:: notas ::

 

days at the morisaki bookshop

satoshi yagisawa

ed. harper collins

 

novela divertida centrada no "book district" de tóquio - e ideal para os que gostariam de viver numa livraria (que, como se sabe, é o mais perto de viver no paraíso borgesiano que seria habitar uma biblioteca)

 

 

love at six thousand degrees

maki kashimada

ed. europa

 

começa assim: uma jovem dona de casa, assombrada por visões de uma nuvem em forma de cogumelo, decide abruptamente deixar o marido e o filho para viajar sozinha para a cidade de nagasaki. como termina não digo.

 

 

the boundless sea

david abulafia

ed. penguin

 

livro raro e ambicioso: tentar contar a história da humanidade ao longo dos últimos cinco milénios, do ponto de vista dos aceanos. aboulafia escreve muitíssimo bem, é impossível resistir ao encanto de um texto de história que é uma colectânea de histórias. e aprendi mais neste livro sobre os descobrimentos portugueses, nas curtas páginas a eles dedicadas, do que julgava possível. (um único senão: já me irrita esta mania de me copiarem e utilizar quadros clássicos para capas de livros. os que me conhecem sabem do que estou a falar).

 

 

terminal boredom

izumi suzuki

ed. verso

 

reunião de sete contos de uma autora que se tornou, com o passar dos anos, uma figura de culto dentro de uma certa contra-cultura japonesa. as comparações com ursula k. le guin são inevitáveis: existe de facto algo de antecipação futurista e inquietude distópica nestas estranhas histórias.

 

 

a little history of art

charlotte mullins

ed. yale univ. press

 

em episódios tão bem descritos que quase parecem reais, somos transportados para momentos chave da história da arte, em que a autora faz de nós desenhadores de cavernas, escultores gregos e pintores renascentistas - com referências ao que ocorre na mesma época nas américas, em áfrica e na ásia. é impossível dar resposta às razões da arte em meras 300 páginas, mas fica-se mais perto. brilhante!



pale fire

vladimir nabokov

ed. penguin

 

li este livro há muitos muitos anos, numa edição espanhola - e sempre pensei que tinha um dia de o ler em inglês. agora ainda me pareceu melhor.