saudades de lavachequirri
ainda não sabia ler quando surgiram
na minha vida uns pequenos triângulos
de queijo, que apareciam sobre a mesa
muito bem acondicionados em caixas
redondas de cartão. a minha mãe logo
desembrulhava o papel de prata de um
deles, onde pontificava o sorriso de uma
alegre vaca francesa e, enquanto barrava
no pão o pedaço amolecido, dizia-me o
nome mágico: lavachequirri. recordando
agora esses lanches, penso na facilidade
com que esta língua adapta a sua grafia
a palavras alheias, e ocorre-me que se
isto fosse um pouste no feissebuque
talvez até recebesse muitos laiques.
talvez até recebesse muitos laiques.