31 março 2013
parou de chover, mas subsiste um gotejar, lento e pausado, no parapeito da janela.
essas gotas de chuva marcam um ritmo disfarçado que, não sei por que razão, me faz recordar o começo desta grande canção de peter hammill.
Here at the glass - all the usual problems
all the habitual farce.
You ask, in uncertain voice, what you should do
as if there were a choice
but to carry on miming the song
and hope that it all works out right.
Tonight it all seems so strange - my spirit feels rigid,
me body deranged;
still that's only from one point of view
and we can't have illusion between me and you,
my constant friend, ever close at hand -
you and the undercover man.
I reflect: 'It's very strange to be going through this change
with no idea of what it's all been about
except in the context of time...
Oh, but I shirk it, I've half a mind not to work it all out.
Is this madness just the recurring wave of total emotion,
or a hide for the undercover man,
or a litany - all the signs are there of fervent devotion -
or the cracking of the dam?
It's cracked; smashed and bursting over you,
there was no reason to expect such disaster.
Now, panicking, you burst for air,
drowning you know you care
for nothing and no-one but yourself
and would deny even this hand which stretches out towards you to help.
But would I leave you in this moment of your trial?
Is it my fault that I'm here to see you crying?
These phantom figures all around you should have told you,
you should have found out by now,
if you hadn't gone and tried to do it all by yourself.
Even now we are not lost; if you look out at the night
you'll see the colours and the lights seem to say
people are not far away, at least in distance,
and it's only our own dumb resistance
that's making us stay.
When the madness comes, let it flood on down and over me sweetly,
let it drown the parts of me weak and blessed and damned,
let it slake my life, let it take my soul and living completely,
let it be who I am.
There may not be time for us all to run in tandem together -
the horizon calls with its parallel lines.
It may not be right for you to have and hold in one way forever
and yet you still have time,
you still have time
amor
não sentimento não ternura
amor não sentimento não ternura
não desejo não sexo não amor
amor nada concreto não os olhos
preso nunca no peito não por certo
amor fascínio fuga sal sedento
não ângulo não vértice de vidro
não as ruas desertas pensamento
amor não sentimento não sentido
não amor não entrega nunca posse
a fuga porque não nada fragmento
não amor por amor nunca deserto
amor não violento não de vento
não amor desejado mão de invento
amor sempre de não de tempo a tempo
E. M. de Melo e Castro
30 março 2013
eric goulden só teve uma canção de sucesso - que é esta.
surgido do nada durante a fase punk/new-wave como wreckless eric, gravou esta pérola em 1977 e depois desapareceu. consta que vive algures perto de nova iorque - e provavelmente ainda à procura da tal rapariga...
When I was a young boy
My mama said to me
There's only one girl in the world for you
But she probably lives in Tahiti
I'd go the whole wide world
I'd go the whole wide world
Just to find her
Or maybe she's in the Bahamas
Where the Caribean sea is blue
Weeping in a tropical moonlit night
Because nobody's told her 'bout you
I'd go the whole wide world
I'd go the whole wide world
Just to find her
I'd go the whole wide world
I'd go the whole wide world
Find out where they hide her
Why am I hanging around in the rain out here
Trying to pick up a girl
Why are my eyes filling up with these lonely tears
When there're girls all over the world
Is she lying on a tropical beach somewhere
Underneath the tropical sun
Pining away in a heatwave there
Hoping that I won't be long
I should be lying on that sun-soaked beach with her
Caressing her warm brown skin
And then in a year or maybe not quite
We'll be sharing the same next of kin
I'd go the whole wide world
I'd go the whole wide world
Just to find her
I'd go the whole wide world
I'd go the whole wide world
Find out where they hide her
Provavelmente, a próxima vez que ouvires falar de
mim
será quando te disserem que morri
e que morri por minhas próprias mãos
(isso acontece).
Isso acontece do outro lado da ternura,
onde ela é demasiada e coisa rara,
vermelha e branca, ou seja, cor-de-rosa
quase transparente.
São coisas inexplicáveis e que não carecem de
explicação
(já não),
como os incêndios, a fadiga extrema
ou o cheiro agreste da benzina.
São coisas da natureza dos comboios que passam
A alta velocidade
Sem se importarem com os ratos e as flores
Que nos carris fazem a sua lida.
É a morte,
Uma coisa
que tudo simplifica.
Miguel Martins
29 março 2013
memórias de um rio infinito, sem nascente nem foz,
quase tão sereno e longo como este nome de
brian peter george st. jean le baptiste de la salle eno
Here we are
Stuck by this river,
You and I
Underneath a sky that's ever falling down, down, down
Ever falling down.
Through the day
As if on an ocean
Waiting here,
Always failing to remember why we came, came, came:
I wonder why we came.
You talk to me
as if from a distance
And I reply
With impressions chosen from another time, time, time,
From another time.
28 março 2013
Carta (esboço)
Lembro-me agora que tenho de marcar um
encontro contigo, num sítio em que ambos
nos possamos falar, de facto, sem que nenhuma
das ocorrências da vida venha
interferir no que temos para nos dizer. Muitas
vezes me lembrei de que esse sítio podia
ser, até, um lugar sem nada de especial,
como um canto de café, em frente de um espelho
que poderia servir de pretexto
para reflectir a alma, a impressão da tarde,
o último estertor do dia antes de nos despedirmos,
quando é preciso encontrar uma fórmula que
disfarce o que, afinal, não conseguimos dizer. É
que o amor nem sempre é uma palavra de uso,
aquela que permite a passagem à comunicação
mais exacta de dois seres, a não ser que nos fale,
de súbito, o sentido da despedida, e que cada um de nós
leve, consigo, o outro, deixando atrás de si o próprio
ser, como se uma troca de almas fosse possível
neste mundo. Então, é natural que voltes atrás e
me peças: "Vem comigo!", e devo dizer-te que muitas
vezes pensei em fazer isso mesmo, mas era tarde,
isto é, a porta tinha-se fechado até outro
dia, que é aquele que acaba por nunca chegar, e então
as palavras caem no vazio, como se nunca tivessem
sido pensadas. No entanto, ao escrever-te para marcar
um encontro contigo, sei que é irremediável o que temos
para dizer um ao outro: a confissão mais exacta, que
é também a mais absurda, de um sentimento; e por
trás disso, a certeza de que o mundo há-de ser outro no dia
seguinte, como se o amor, de facto, pudesse mudar as cores
do céu, do mar, da terra, e do próprio dia em que nos vamos
encontrar, que há-de ser um dia azul, de verão, em que
o vento poderá soprar do norte, como se fosse daí
que viessem, nesta altura, as coisas mais precisas,
que são as nossas: o verde das folhas e o amarelo
da pétalas, o vermelho do sol e o branco dos muros.
Nuno Júdice
[ retirada de um envelope encontrado aqui ]
d e s c u b r a
a s
s e t e
d i f e r e n ç a s :
entre
as meninas
e
os meninos
If you go down to Hammond
you'll never come back
In my opinion you're
on the wrong track
We'll always love you but that's not the point
If you go with that fella
forget about us
As far as I'm concerned
that would be just
Throwing yourself away
not even trying
Come on you're lying to me
Well I went down to Hammond I did as I pleased
I ain't the only one
who's got this disease
Why don't you face the fact
you old upstart
We fall apart
You'd be okay if you'd
just stay in school
Don't be a fool
Do your eyes have an answer
to this song of mine
They say we meet again
on down the line
Where is on down the line
how far away?
Tell me I'm okay
If you go down to Hammond
You'll never come back
27 março 2013
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