31 julho 2012
houve uma época em que me fartei de andar a cavalo no cavalo sem nome dos america, uma banda saída do flower power para alcançar um enorme sucesso na década de setenta.
ainda hoje acho graça à ideia de nos lembrarmos do nome próprio no deserto e é uma das canções que sempre me assalta quando viajo de carro.
On the first part of the journey,
I was looking at all the life.
There were plants and birds. and rocks and things,
There was sand and hills and rings.
The first thing I met, was a fly with a buzz,
And the sky, with no clouds.
The heat was hot, and the ground was dry,
But the air was full of sound.
I've been through the desert on a horse with no name,
It felt good to be out of the rain.
In the desert you can remember your name,
'Cause there ain't no one for to give you no pain.
La, la, la la la la, la la la, la, la
After two days, in the desert sun,
My skin began to turn red.
After three days, in the desert fun,
I was looking at a river bed.
And the story it told, of a river that flowed,
Made me sad to think it was dead.
You see I've been through the desert on a horse with no name,
It felt good to be out of the rain.
In the desert you can remember your name,
'Cause there ain't no one for to give you no pain.
La la, la, la la la la, la la la, la, la
After nine days, I let the horse run free,
'Cause the desert had turned to sea.
There were plants and birds, and rocks and things,
There was sand and hills and rings.
The ocean is a desert, with its life underground,
And a perfect disguise above.
Under the cities lies, a heart made of ground,
But the humans will give no love.
You see I've been through the desert on a horse with no name,
It felt good to be out of the rain.
In the desert you can remember your name,
'Cause there ain't no one for to give you no pain.
La la, la, la la la la, la la la, la, la
30 julho 2012
O Cúmplice
Crucificam-me
e eu tenho de ser a cruz e os pregos.
Estendem-me
a taça e eu tenho de ser a cicuta.
Enganam-me e
eu tenho de ser a mentira.
Incendeiam-me
e eu tenho de ser o inferno.
Tenho de
louvar e de agradecer cada instante do tempo.
O meu
alimento é todas as coisas.
O peso
exacto do universo, a humilhação, o júbilo.
Tenho de
justificar o que me fere.
Não importa
a minha felicidade ou infelicidade.
Sou o poeta.
Jorge Luis
Borges
já aqui falei de henry fredericks e da sua abordagem pessoalíssima a este género que povoa as minhas segundas feiras...
uma grande ideia, esta de pintar a caixa de correio de azul.
Gonna move up to the country
Paint my mailbox blue
Gonna Move up to the country
Paint my mailbox blue
Put some flowers on it baby
Paint some trailin' vines and dew
You know I'm leavin' LA baby
Don't you know this smog's got me down
I'm leavin' LA baby
Don't you know this smog has got me down
I'm goin' up to the country
Where there ain't no doggone smog around
Well, come here baby
Sugar, let your papa take you by the hand
Well, come here baby
Sugar, let your papa take you by the hand
Well, you be my woman
And I'll be your city-boy, country man.
I'm gonna move up to the country
Gonna paint, gonna paint, gonna paint, my mailbox blue
Move up to the country
Gonna paint my mailbox blue
Put some flowers on it honey
Paint some trailin' vines and dew
29 julho 2012
28 julho 2012
ainda a propósito do tamanho dos nomes parecer ter importância:
só um rapaz chamado brian peter george st. jean le baptiste de la salle eno poderia ter fundado os roxy music,
ter uma brilhante carreira a solo e produzido discos de nomes como robert fripp, devo, u2, david byrne...
e algumas das suas canções são grandes nocturnos que se fundem com a noite
Rosalie
I've been waiting all evening
Possibly years I don't know
Counting the passing hours
Everything merges with the night
I stand on the beach
Giving out descriptions
Different for everyone I see
Since I just can't remember
Longer than last september.
Santiago
Under the volcano
Floats like a cushion on the sea
Yet I can never sleep here
Everything ponders in the night.
Rosalie
We've been talking all summer
Picking the straw from our clothes
See how the breeze has softened
Everything pauses in the night.
27 julho 2012
Quarto minguante
Os
adolescentes da cidade
deitavam-se cada vez mais cedo.
deitavam-se cada vez mais cedo.
Faltava-lhes
o espaço para a náusea
desse lugar diminuto,
desse tédio
que só no quarto a sós
lhes denunciava a paixão.
desse lugar diminuto,
desse tédio
que só no quarto a sós
lhes denunciava a paixão.
Os adultos
da cidade
deitavam-se cada vez mais tarde.
deitavam-se cada vez mais tarde.
Não
suportavam a náusea
desse lugar diminuto,
desse tédio
que no quarto só
lhes denunciava a solidão.
desse lugar diminuto,
desse tédio
que no quarto só
lhes denunciava a solidão.
Filipa Leal
26 julho 2012
as águas dos rios são sempre as mesmas, os rios morrem numa foz que é a promessa da sua nascente, o ciclo da água é inquebrável e purificador.
billy joel deve acreditar nisto, e este seu rio de sonhos, magnificamente ilustrado por imagens que evocam todo o imaginário icónico das igrejas baptistas, nasce, corre e desagua em todos nós.
In the middle of the night I go walking in my sleep
From the mountains of faith to the river so deep
I must be looking for something, something sacred I lost
But the river is wide and it's too hard to cross
Even though I know the river is wide
I walk down every evening and I stand on the shore
I try to cross to the opposite side
So I can finally find out what I've been looking for
In the middle of the night I go walking in my sleep
Through the valley of fear to a river so deep
I've been searching for something taken out of my soul
Something I would never lose, something somebody stole
I don't know why I go walking at night
But now I'm tired and I don't want to walk any more
I hope it doesn't take the rest of my life
Until I find what it is I've been looking for
In the middle of the night I go walking in my sleep
Through the jungle of doubt to the river so deep
I know I'm searching for something, something so undefined
That it can only be seen by the eyes of the blind
In the middle of the night
I'm not sure about a life after this
God knows I've never been a spiritual man
Baptised by the fire, I wade into the river
That is running to the promised land
In the middle of the night I go walking in my sleep
Through the desert of truth to the river so deep
We all end in the ocean, we all start in the streams
We're all carried along by the river of dreams
In the middle of the night
25 julho 2012
será que o comprimento do nome conta? esta pergunta surge por causa desta canção da minha vida, a segunda ária que escolho de giacomo antonio domenico michele secondo maria puccini, aqui pela voz de leveza sem igual de maria de montserrat viviana concepción caballé i folc.
por isso volto a perguntar, para se ser grande, será que o comprimento do nome conta?
O mio babbino caro,
mi piace, è bello, bello.
Vo'andare in Porta Rossa
a comperar l'anello!
Sì, sì, ci voglio andare!
e se l'amassi indarno,
andrei sul Ponte Vecchio,
ma per buttarmi in Arno!
Mi struggo e mi tormento!
O Dio, vorrei morir!
Babbo, pietà, pietà!
Babbo, pietà, pietà!
24 julho 2012
23 julho 2012
mais conhecida pela sua faceta jazzy, nunca miss allyson se esquece de alguns velhos azuis.
este até tem uma cover muito curiosa, por parte de miss krall, que volta e meia o toca ao vivo.
The men that I've been seeing
They got their soul up on a shelf
You know they could never love me
When they can't even love themselves
And I want someone to love me
Someone who really understands
Who won't put himself above me
Who just love me like a man
I never seen such losers darling
Even though I tried
To find a man who can take me home instead of
Taking me for a ride
And I need someone to love me
Darling I know you can't
Don't you put yourself above me
You just love me like a man
They all want me to rock them
Like my back ain't got no bone
I want a man to rock me
Like my backbone was his own
Darling I know you can't
Believe it when I tell you
You can love me like a man
Came home sad and lonely
I feel like I wanna cry
Want a man to hold me
Not some fool who ask me why
And I need someone to love me
Baby you can't
Don't you put yourself above me
Just love me like a man
Soneto de mal amar
Invento-te recordo-te
distorço
a tua imagem mal e bem amada
sou apenas a forja em que me forço
a fazer das palavras tudo ou nada.
A palavra desejo incendiada
lambendo a trave mestra do teu corpo
a palavra ciúme atormentada
a provar-me que ainda não estou morto.
E as coisas que eu não disse? que não digo:
meu terraço de ausência meu castigo
meu pântano de rosas afogadas.
Por ti me reconheço e contradigo
chão das palavras mágoa joio e trigo
apenas por ternura levedadas.
a tua imagem mal e bem amada
sou apenas a forja em que me forço
a fazer das palavras tudo ou nada.
A palavra desejo incendiada
lambendo a trave mestra do teu corpo
a palavra ciúme atormentada
a provar-me que ainda não estou morto.
E as coisas que eu não disse? que não digo:
meu terraço de ausência meu castigo
meu pântano de rosas afogadas.
Por ti me reconheço e contradigo
chão das palavras mágoa joio e trigo
apenas por ternura levedadas.
José Carlos Ary
dos Santos
22 julho 2012
na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.
José Luís Peixoto
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