25 maio 2012






A noite abre meus olhos





Caminhei sempre para ti sobre o mar encrespado
na constelação onde os tremoceiros estendem
rondas de aço e charcos
no seu extremo azulado


Ferrugens cintilam no mundo
atravessei a corrente
unicamente às escuras
construí minha casa na duração
de obscuras línguas de fogo, de lianas, de líquenes


A aurora para a qual todos se voltam
leva meu barco da porta entreaberta


o amor é uma noite a que se chega só






José Tolentino Mendonça






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