21 julho 2016






fábula  dos  jogos  de  palavras  sem  graça





a primeira vez que fui à alemanha procurei beber água de colónia,
comer uma bola em berlim e, claro, encontrar um pastor alemão:
muitos campos percorri até encontrar um rebanho com esse pastor,
depois pareceu-me que a água de colónia sabia indecentemente a cloro
e, pelos vistos, já desconfiava, não existem bolas de berlim nessa cidade.
após estas desilusões, desisti de procurar alguma podridão na dinamarca
e deixei de tentar provar determinadas couves em bruxelas e na galiza,
mas estes jogos de palavras sem graça não me fazem esquecer os livros.
é que, se eu mandasse, livros seria a única prenda que se poderia oferecer.
e se eu mandasse mesmo muito, creio que teriam de ser livros de poesia.





13 julho 2016





Morro todos os dias
especialmente depois do lanche
quando pego no regador fininho
onde despejo o dilúvio dos olhos
e vou regando as plantas
à espera de descendência.




Cláudia R. Sampaio