25 abril 2016






para mim este príncipe foi sempre "sua alteza". recriou o funk e a pop de um modo único e era um raro talento multidisciplinar: tocava guitarra, piano, bateria e não sei quantos mais instrumentos, cantava e dançava, para além de escrever as letras e a música das suas canções e ainda oferecer músicas para outros. foi também um dos meus heróis simbólicos nos anos oitenta e acompanhei-o sempre, mesmo quando deixou de estar na moda. uma vez estava em londres e pude vê-lo ao vivo, na lovesexy tour – e ocorreu uma revelação. talvez só o grande alfredo mercúrio tivesse o mesmo tipo de presença sobre um palco. há uns quatro anos voltou a reinventar-se, rodeando-se de três princesas e regressando ao formato nuclear do quarteto rock (duas guitarras, baixo e bateria), assumindo essa herança de hendrix no seu virtuosismo como solista. quem ocupa agora este lugar?





soube-se entretanto que nas últimas actuações que deu recentemente se apresentara sozinho, cantando apenas acompanhado por si ao piano, possivelmente uma nova experiência que estaria a explorar. gostava de o ter ouvido e de ver como teria adaptado a sua música a um piano solo. mas tive ainda a sorte de o voltar a reencontrar há três anos, naquela noite mágica no coliseu de lisboa. o concerto abriu exactamente com esta canção, revisitando num modo rock um seu êxito antigo, e é isso o que me magoa mais no seu desaparecimento: não podermos a partir de agora voltar a ser com ele assim doidos.







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