08 agosto 2015





Velhice




os barcos da idade, o último aceno
devagar recolhido e a que pertence
o sulco de outra casa, cujo centro
se aviva em qualquer rosto, e eram redes

de veias, neste azul, ao percorrerem
o sono, onde começa o tão funesto
brilho dos olhos que se oculta e veste
de sombra os nossos corpos, a que o tempo

já distende o seu círculo, para abrirem
da casa maternal os ramos leves
e frustes que tocaram este espaço

porque mais nada existe: assim as ondas
que cercam só a margem de chegar
junto a um desenho calmo, se era o mar.






Fernando Guimarães




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