08 março 2015






faz hoje oito dias passei a tarde no quarto
arrumando sentimentos (telefonemas
demorados caixotes de canto cheiíssimos)

o que trouxe a chave de casa as portas

do primeiro beijo. no outono caem as

folhas da estante e os livros ficam nus

solto uma fotografia entre o armário e

a parede investindo na surpresa de te

encontrar por acaso na próxima arrumação

do quarto. traço círculos a vermelho

no calendário de parede (sem pressa

de consultar os riscos dentro da mão)

os gatos sempre se deitam sobre o papel

mais necessário







João Luís Barreto Guimarães






2 comentários:

  1. Acho este poema maravilhoso!
    (Mas o eterno dilema se vale ou não a pena fazer arrumações, parece ficar por resolver;))

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