02 agosto 2012











Escrevendo








Escrevendo esperava que um misterioso entusiasmo
produzisse na página o cristal do mundo
e as suas árvores, os seus amantes, os seus rios
como figuras mágicas de um canto.
E que a água imóvel entre brancas ruínas
não reflectisse as imagens nem os sonhos
e à violência dos flancos das figuras
trouxesse o êxtase da beleza que não flui.








António Ramos Rosa










2 comentários:

  1. lendo Ramos Rosa encontramos esse misterioso entusiasmo... e cabe ao leitor perdurá-lo para além do tempo do poema...

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  2. que bonito! e parece tão fácil, tão simples...

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