19 março 2012






Braile





Leio o amor no livro
da tua pele; demoro-me em cada
sílaba, no sulco macio
das vogais, num breve obstáculo
de consoantes, em que os meus dedos
penetram, até chegarem
ao fundo dos sentidos. Desfolho
as páginas que o teu desejo me abre,
ouvindo o murmúrio de um roçar
de palavras que se
juntam, como corpos, no abraço
de cada frase. E chego ao fim
para voltar ao princípio, decorando
o que já sei, e é sempre novo
quando o leio na tua pele.






Nuno Júdice






4 comentários:

  1. Gosto muito da escrita dele, é muito sensual mas ao mesmo tempo, profundamente romântica, num sentido amantíssimo, por vezes a roçar o desespero de tanto amar.

    Sublime.

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  2. também gosto do que ele escreve. e agora reparo: ainda não tinha copiado nada dele para esta parede...

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  3. Por acaso eu tenho algumas coisas dele na minha parede e aqui, em boa hora o fizeste :)

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